Taxonomia de Esponjas do Arquipélago de Trindade e Martin Vaz

As esponjas desempenham grandes funções ecológicas no ecossistema, pois servem de abrigo, alimento, disponibilizam nutrientes no ambiente aquático para outros organismos, além de serem usadas para a fabricação de fármacos e constituírem organismos-chave para compreensão da história evolutiva dos Metazoa. Por esses e outros motivos, elas vêm sendo bastante estudadas, inclusive nos ambientes mais distintos, como em ilhas oceânicas, cavernas, zonas profundas, etc. A Ilha da Trindade, localizada a 1.140 km da costa do Espírito Santo, é uma ilha oceânica de origem vulcânica conhecida por apresentar inúmeras espécies endêmicas, tanto de vertebrados quanto de invertebrados, por seu distanciamento do continente. Já o Arquipélago de Martin Vaz está situado a 48 km ao leste da Ilha da Trindade, e também tem grande importância biológica, apesar de ser pouco acessível. Os registros na literatura mostram que a quantidade de novas espécies descritas nessas ilhas vem aumentando ao longo dos anos, e por isso, cada vez mais esforços vêm sendo feitos, a fim de aumentar o conhecimento sobre a fauna marinha local. As esponjas deste trabalho foram coletadas através do programa PROTRINDADE, cujo objetivo é viabilizar projetos de pesquisa para conservação e gestão ambiental da área em questão, a fim de divulgar conhecimentos sobre as espécies ocorrentes nessa região insular. Foram analisadas e descritas vinte espécimes no total, sendo quinze coletadas na Ilha da Trindade e cinco coletadas no Arquipélago de Martin Vaz. As amostras pertencem a seis ordens e nove famílias, com um total de onze espécies, sendo todas novos registros para Trindade ou Martin Vaz e duas novas espécies dos gêneros Lissodendoryx Topsent, 1892 e Forcepia Carter,1874. Porém, a fauna marinha desses ambientes ainda é pouco conhecida, requerendo maior número de pesquisas, sobretudo nos locais de mais difícil acesso, a fim de atingir em níveis o mais próximo possível do real a riqueza dos ambientes meso e infralitorâneos, para assim melhor compreender os padrões zoogeográficos da espongiofauna de águas rasas do Atlântico Sul.

Semestre: 
Autor: 
MARIANA SANTOS DA SILVA
Arquivo: 
AnexoTamanho
PDF icon tcc_2018_mariana_silva.pdf2.3 MB