Revisão taxonômica de briozoários marinhos do gênero Parasmittina Osburn, 1952 (Cheilostomata, Smittinidae) da costa do Brasil

Gymnolaemata é a classe mais diversa do filo Bryozoa, sendo Cheilostomata a ordem com maior representatividade, tanto em formas coloniais quanto em número de espécies viventes. Smittinidae Levinsen, 1909 é uma das famílias que melhor representa a diversidade dos queilostomados, registrada em todos os oceanos e colonizando diferentes tipos de substratos, tanto naturais quanto artificiais. O gênero Parasmittina Osburn, 1952 é o mais diverso da família, com mais de 100 espécies descritas. Muitas dessas espécies, especialmente as do Oceano Atlântico, são conhecidas apenas por suas descrições originais, não tendo sido revistas desde então. Até o momento, oito espécies de Parasmittina são reconhecidas para o Brasil: P. alba Ramalho, Muricy & Taylor, 2011, P. betamorphaea Winston, 2005, P. ligulata (Ridley, 1881), P. loxoides Winston, Vieira & Woollacott, 2014, P. munita (Hincks, 1884), P. simpulata Winston, Vieira & Woollacott, 2014, P. spathulata (Smitt, 1873) e P. trispinosa (Johnston, 1838). Exceto as espécies recentemente descritas, nenhuma das outras foram revistas nos últimos 50 anos e ao menos P. munita, P. spathulata e P. trispinosa necessitam de revisão pois utilizam nomes de táxons reconhecidos como pseudo-cosmopolitas. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi realizar o estudo taxonômico de briozoários do gênero Parasmittina da costa do Brasil, elucidando caracteres diagnósticos para cada espécie. Os espécimes estudados são provenientes de diferentes localidades da costa do Brasil e estão depositados no Museu de Zoologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Coleção de Bryozoa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Natural History Museum (USNM), Smithsonian Institution. Todos os espécimes foram observados em microscópio estereoscópico para descrição da morfologia externa e delimitação de morfotipos. Posteriormente, as colônias mais representativas de cada morfotipo foram selecionadas para realização de microscopia eletrônica de varredura e morfometria. Como resultado, foi determinado que sete espécies de Parasmittina ocorrem no Brasil: P. alba, P.barbadensis Winston & Woollacott, 2009, P. ligulata, P. loxoides, P.sp. n.1, P. sp. n.2 e P. sp. n.3. Parte dos espécimes previamente identificados como P. spathulata e P. simpulata foram atribuídas à P. barbadensis. Parasmittina areolata e alguns espécimes previamente identificados como P. spathulata na verdade correspondem à P. ligulata. Os espécimes atribuídos a P. munita pertencem a Parasmittina sp. n.2 e aqueles identificados como P. betamorphea, P. nitida e P. trispinosa correspondem a Parasmittina sp. n.3. O estudo taxonômico das espécies de Parasmittina do Brasil nos levou a emenda da diagnose do gênero e a redescrição de três espécies do mesmo, descrição de três novas espécies e a delimitação de caracteres diagnósticos

Semestre: 
Autor: 
JAMILE FARIAS SANTOS