Revisão de Amphipoda (Crustacea: Peracarida) para o Atlântico Tropical

 Os anfípodes constituem uma ordem com aproximadamente 10.000 espécies e periodicamente novas espécies são descritas. Há uma série de problemáticas relacionadas ao correto entendimento da biodiversidade da ordem no ambiente marinho. É muito importante entender a composição desse grupo por conta de seus papeis ecológicos, principalmente como ligação entre níveis tróficos. Com isso, foram listadas todas as espécies de Amphipoda registradas no reino do Atlântico tropical. Para a execução da pesquisa foi realizada uma revisão sistemática do tipo integrativa. Dados foram sistematizados em planilha e após análise,foram gerados gráficos. Dessa forma, foram encontrados 54 trabalhos, e 947 espécies para o Atlântico tropical. Em relação à escala temporal de descrição de espécies, houveram dois aumentos nas descobertas de anfípodes no reino do Atlântico tropical, primeiro no século 19 a partir da transição dos anos de 1840 para a década de 1850, e um segundo aumento foi observado em 1950, que se manteve estável até 2020. Nos dados sobre profundidade foram aplicadas divisões das regiões bentônicas, litoral (ou entremarés), sublitoral, zona batial, zona abissal e zona hadal. Neste trabalho foram encontrados registros dos animais em todas as regiões, exceto na zona hadal. Em relação ao substrato, 70% das espécies não possuíam dados. Porém, foram encontrados ao todo 26 tipos de substratos sendo o mais comum o fundo de areia ou fundo lamacento, algas e fanerógamas marinhas. Das províncias pertencentes ao reino do Atlântico tropical, a região com a maior porcentagem de espécies foi a província Noroeste do Atlântico tropical. Por fim, foi possível entender mais sobre a biodiversidade presente no oceano Atlântico, especialmente na região tropical, bem como a estrutura das comunidades de anfípodes no reino biogeográfico estudado. Além disso, verifica-se uma necessidade de resgatar dados ecológicos e do investimento em mais especialistas no reino do Atlântico Tropical, já que sua biodiversidade de Amphipoda encontra-se subestimada.  
 
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Autor: 
LUCAS SILVA PIRES
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