Projeto participativo de restauração de áreas de preservação permanente da Fazenda Petecaba, Candeias, Bahia

A degradação ambiental é um problema mundial com consequências negativas como a perda de biodiversidade, o aquecimento global e a diminuição na quantidade de água potável disponível para consumo humano. Este problema vem afetando o Brasil desde a época dos colonizadores, com desmatamento para produções de cana-de-açúcar e café, e ainda nos dias atuais com a produção agropecuária extensiva. Por causa dos problemas de falta d’água, causados pelo desmatamento no Brasil, houverem os primeiros projetos de restauração, que evoluíram muito em termos de técnicas e conceitos. Em tempos recentes os pesquisadores vem buscando métodos visando a automanutenção da floresta. Dado o quadro atual de escassez de água em diversas regiões, especialmente devido ao uso da terra, o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e a Caixa Econômica Federal, lançaram um edital (nº 001/2015) com objetivo de recrutar projetos de restauração de áreas de preservação permanentes de rios responsáveis pelo abastecimento de água para as regiões metropolitanas do Brasil. A EMBASA, em parceria com a UFBA, INEMA e INCRA, propôs o projeto de restauração de 100 hectares e 100 nascentes das bacias dos rios Joanes e Jacuípe, responsáveis pelo abastecimento da Região Metropolitana de Salvador (RMS). O presente estudo tem como objetivo a construção de um projeto piloto para as áreas de preservação permanente das bacias dos rios Joanes e Jacuípe. Esse projeto teve, ainda, como objetivo específico, a participação dos proprietários de terras nas decisões das ações de restauração propostas, com adaptação das técnicas de restauração florestal conhecidas. Esse modelo é pouco utilizado pelas grandes empresas, porém considerado, pelos autores, de extrema importância para a longevidade da recuperação. O modelo proposto nesse projeto é o plantio de linhas de cobertura, intercaladas com linhas de diversidade. Esse modelo foi modificado para melhor atender as necessidades do ambiente e dos pequenos proprietários rurais com a adição de linhas de espécies resistentes a inundação e linhas de agrofloresta, além da utilização de adubo verde para proteção, regeneração e adubação do solo e proteção das mudas plantadas contra as formigas cortadeiras, praga comum em ambientes abertos. A participação da comunidade traz perspectivas de manutenção a longo prazo do ecossistema restaurado, aumentando as chances de sucesso deste. Porém, entende-se que o processo participativo teria melhor sucesso e adesão com maior tempo de interação entre a UFBA e a comunidade em questão. 

Semestre: 
Autor: 
ANA CAROLINA SANTOS RIBEIRO LIMA