PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR TRYPANOSOMA CRUZI (CHAGAS, 1909) EM TRIATOMÍNEOS DE TRÊS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA

A doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e cuja transmissão ocorre,
principalmente, através da via vetorial, é um sério problema de saúde pública, haja visto o grande número de casos de indivíduos na fase crônica da doença. O controle dos vetores, insetos triatomíneos, é desafiador devido à resistência a inseticidas e à transmissão extradomiciliar. Na Bahia, quarto estado com alta mortalidade por doença de Chagas no Brasil, houve um aumento significativo de casos nos últimos anos. Assim, este estudo buscou determinar a prevalência da infecção por T. cruzi em triatomíneos de Salvador, Santa Inês e Serrolândia, na Bahia. Um protocolo de detecção molecular foi desenvolvido usando PCR com o gene TcH2A. Em seguida, a infecção foi analisada em 113 amostras de triatomíneos, sendo a taxa mais alta em Santa Inês (48%), seguida por Salvador (36,6%) e Serrolândia (21%). A técnica de PCR mostrou-se promissora para o diagnóstico, identificando a variante circulante do parasita. As mudanças observadas no perfil epidemiológico da doença podem ocorrer devido à transição demográfica das
populações rurais para as áreas urbanas e a urbanização, permitindo que os triatomíneos se aproximem das residências humanas. Isso pode ser observado nos resultados deste estudo, haja vista a disponibilidade de triatomíneos em Salvador e as taxas de infecção nos municípios estudados. A intensa vigilância em Salvador pode ser devido à sua condição de capital e ao risco maior da transmissão da doença em áreas recém desmatadas. Nesse sentido, a ação humana impacta na transmissão da doença, assim como a alta adaptabilidade dos triatomíneos. Esses resultados demonstram a importância da detecção molecular de T. cruzi, já que técnicas de diagnóstico molecular baseadas na PCR permitem detectar o parasito em diferentes amostras biológicas, permitindo monitorar o risco de transmissão de T. cruzi e a reativação da parasitemia em pacientes.
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Autor: 
CECÍLIA SANTANA RODRIGUES
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