PERCEPÇÕES E EXPERIÊNCIAS DOS RESIDENTES DE COMUNIDADES EMPOBRECIDAS DE SALVADOR - BA SOBRE A INFESTAÇÃO DE ROEDORES

A convivência diária dos(as) residentes em ambientes com infestações de roedores induz estresse e preocupações com riscos à saúde e ao bem-estar. Os efeitos dessas interações podem ser agravados em comunidades empobrecidas devido às condições ambientais e sanitárias precárias e à sensação de incapacidade de controlar seu ambiente. Embora os fatores ambientais e socioeconômicos sejam conhecidos, no Brasil há poucos estudos que abordam os impactos das experiências prolongadas da infestação de roedores na percepção do ambiente por populações de regiões empobrecidas. Conduzimos um estudo transversal e qualitativo em comunidades urbanas de Salvador, Bahia, para compreender as percepções, experiências, contextos e práticas dos moradores em relação às infestações de roedores. Utilizamos inquéritos individuais e domiciliares, além de discussões em grupos focais. Os moradores demonstraram ter conhecimento dos determinantes ambientais que favorecem infestações, além de possuírem suas próprias práticas de controle. Relataram avistamentos nas vias públicas, áreas domiciliares e peridomiciliares, e expressaram sentimentos de nojo e perigo. Também acreditavam ser "inevitável" a exposição a ratos e desenvolvimento de doenças que eles transmitem e afirmaram estar habituados com a presença de ratos. Devido à negligência estatal, criam seus próprios mecanismos de enfrentamento, baseando-se em iniciativas comunitárias e apoio social. Esses resultados indicam que os (as) residentes percebem os fatores ambientais e socioeconômicos que contribuem para as percepções individuais. Isto sugere a necessidade de intervenções abrangentes e integrativas capazes de atuar simultaneamente em níveis individual, comunitário e institucional.
Semestre: 
Autor: 
ARIANE GONÇALVES DA SILVA
Arquivo: 
AnexoTamanho
PDF icon tcc_2024.1_ariane_silva.pdf2.78 MB
Orientador: