PAPEL  DE  RECEPTORES  DE  GLICOCORTICÓIDE  NA  SINALIZAÇÃO  DE  AGATHISFLAVONA   EM  MODELO  IN  VITRO  DE  NEUROINFLAMAÇÃO  

A  liberação  de  moléculas  pró-­inflamatórias  e  produção  de  espécies  reativas  de  oxigênio  por   células  gliais  são  características  deletérias  de  doenças  neurodegenerativas.  A  co-­ ocorrência  da  desregulação  crônica  das  respostas  inflamatória  e  ao  estresse  em  desordens   neurodegenerativas  e  psiquiátricas  sugere  a  participação  do  receptor  de  glicocorticoide   (GR)  em  mecanismos  etiológicos  da  neurodegeneração.  Flavonoides  têm  ações   neuroprotetora,  anti-­inflamatória,  antioxidante,  anti-­apóptotica  e  imunomoduladora   amplamente  reportadas  na  literatura.  O  objetivo  deste  trabalho  é  avaliar  se  a  ação   imunomoduladora  e  neuroprotetora  do  biflavonoide  agathisflavona  (FAB)  é  mediada  por   GR.   A  neuroinflamação  de  culturas  gliais  corticais  de  ratos  neonatos  foi  induzida  por   lipopolissacarídeos  (LPS)  em  cultura  primária  de  células  gliais.  Em  seguida,  as  culturas   foram  tratadas  com  FAB  na  ausência  ou  na  presença  de  mifepristona  (RU486),  antagonista   de  GR  e  do  receptor  de  progesterona  (PR).  A  resposta  das  células  gliais  aos  tratamentos   foi  avaliada  de  acordo  com  os  parâmetros  morfológicos  e  de  expressão  proteica  através  de   imunocitoquímica  contra  proteínas  específicas  do  citoesqueleto  de  astrócitos  (proteína   ácida  fibrilar  glial,  GFAP)  e  microglial  (molécula  adaptadora  ligante  de  cálcio  ionizada,  Iba-­ 1).  A  população  celular  foi  mensurada  através  de  incorporação  do  reagente  fluorescente   intercalante  de  DNA  4-­6-­diamidino-­2-­fenilindol   (DAPI)  e  da  contagem  de  células  Iba-­1   positivas.  Encontramos  diferenças  significativas  para  os  tratamentos  de  FAB  na  presença   ou  ausência  de  RU486  na  expressão  de  GFAP,  mas  não  na  morfologia  e  número   populacional  de  micróglia.  As  diferenças  morfológicas,  em  microglia,  ocorreram  em   resposta  ao  tratamento  com  FAB  a  10  uM.  As  células  microgliais  submetidas  a  esse   tratamento  apresentaram  população  reduzida  e  predominância  de  células  com  morfologia   ramificada.  Em  conjunto,  esses  dados  sugerem  que  o  efeito  de  FAB  sobre  o  perfil  reativo  e   pró-­inflamatório  é  mediado,  ao  menos  parcialmente,  por  GR,  e  apenas  em  astrócitos.    
  
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Autor: 
ÁUREA  MARIA  ALVES  NUNES  ALMEIDA  
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