ORGANIZAÇÃO POPULAR E AGROECOLOGIA: Relato de experiências do Trabalho de Base para transição agroecológica em comunidade do MST, Assentamento Paulo Jackson, São Sebastião do Passé/BA.

O presente trabalho trata da transição agroecológica realizada em uma comunidade organizada no MST, denominada Assentamento Paulo Jackson, mas conhecida por Comunidade Bento, localizada em São Sebastião do Passé/BA. Investiga os procedimentos adotados na comunidade, no período compreendido entre 2017 e 2020, sob a orientação do Coletivo NEPPA e seus resultados na produção de alimentos saudáveis, produzidos sob a base agroeológica. A pergunta síntese da investigação partiu da problematização da relação do ser humano com a natureza, a fim de levantar possibilidades de transição da agricultura convencional para a transição agroecológica. As questões da pesquisa foram: Quais as orientações que o NEPPA desenvolveu com a comunidade? Quais as iniciativas adotadas no assentamento? Quais os resultados alcançados? Quais as implicações para a formação de profissionais que atuarão em áreas de reforma agrária? Após o acompanhamento do trabalho, dos registros sistemáticos, das iniciativas adotadas, através de cadernos de campo, registros fotográficos e filmes, os dados foram sistematizados e discutidos a partir da teoria da transição agroecológica. Como resultado, constatamos que houve a implantação de uma nova horta coletiva seguindo as práticas agroecológicas. Foi construído um sistema de irrigação alternativo para a horta coletiva e a organização de duas feiras livres, melhoramento da comunicação remota nas comunidades. Verificou-se que: a comunidade pratica a substituição total de insumos (agrotóxicos e fertilizantes sintéticos); está autoorganizada e comercializa os produtos em feiras livres, escoando sua própria produção, sem intermediário; trabalha para preservar o meio ambiente com medidas agroecológicas. Concluímos, a partir do presente estudo, que a transição agroecológica é possível, mas prescinde de comunidades que lutem pela Reforma Agrária e a Agroecologia, que assumam tais práticas, de apoio técnico e tecnológico, de políticas públicas, de condições de comercialização solidária dos produtos. Concluímos, também, que este conteúdo a respeito da Reforma Agrária, da Agroecologia e da Transição, deverá constar na formação de biólogos, de um Programa de Transição do qual conste as principais reivindicações dos trabalhadores da cidade e do campo. Por fim, reconhecemos a necessidade de uma consistente formação para a atuação na perspectiva da emancipação humana para alterar o modo de produção da vida e das relações ser humano-natureza. 
 
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Autor: 
THALES CORDEIRO DE FREITAS
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