O PAPEL DO YOUTUBE NA COMUNICAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE ABELHAS (HYMENOPTERA: ANTHOPHILA)

O presente estudo avaliou o conteúdo disponível na plataforma online YouTube sobre abelhas, com o objetivo de compreender a veracidade e qualidade do conteúdo, e também a forma como as informações são divulgadas ao público geral. Foram analisados 180 vídeos obtidos por meio das palavras-chave “abelhas solitárias” e “abelhas sem ferrão”, considerando dados como título, duração, visualizações, comentários, curtidas (likes), descurtidas (dislikes), qualidade geral e veracidade dos conteúdos abordados nos vídeos, fonte e tipos de vídeo. As fontes foram classificadas como pessoais, comerciais, institucionais ou redes televisivas. Além disso, as espécies mencionadas nos vídeos foram identificadas com base nas imagens apresentadas nos mesmos, como forma de avaliar a veracidade/confiabilidade dos conteúdos apresentados, incluindo também a avaliação dos formatos de apresentação e, principalmente, a confiabilidade dos conteúdos relacionados aos tópicos abordados, tais como morfologia, ciclo de vida, polinização e manejo. A confiabilidade, a qualidade geral e técnica dos vídeos foram classificadas em três níveis: bom, médio e ruim. Os resultados destacaram a importância do YouTube na disseminação de conhecimento sobre abelhas, promovendo a interação entre especialistas e o público geral, mas, também, apontaram desafios como a verificação da credibilidade das informações. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre as categorias analisadas quanto à qualidade (p = 0,1121) e ao número de visualizações (p = 0,32994). Foram observadas lacunas significativas na abordagem de temas essenciais, como polinização (75% dos vídeos não abordaram) e ciclo de vida (74,4% dos vídeos não mencionaram). Os resultados também evidenciaram uma preferência por vídeos mais curtos (até 5 minutos), que apresentaram maior alcance e engajamento (p = 0,0388, teste de Wilcoxon). No entanto, conteúdos mais longos e de qualidade superior ainda conseguem manter uma audiência relevante, possivelmente por oferecerem informações mais detalhadas. Dessa forma, destaca-se a necessidade de equilibrar qualidade e duração para ampliar o alcance dos vídeos sem comprometer a profundidade das informações, contribuindo para a alfabetização científica e a aproximação entre ciência e sociedade. O estudo revelou ainda que apenas 0,6% dos vídeos analisados veiculados através do YouTube estavam relacionados diretamente à divulgação científica, reforçando a necessidade da produção de conteúdo confiável segundo as informações científicas disponíveis na literatura especializada para fortalecer a divulgação.
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THAIS GUIMARÃES BRITO
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