BIOFILME DE Leptospira: ESTUDO DE FATORES DE VIRULÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DO CRESCIMENTO

Biofilmes participam na patogênese de importantes doenças infecciosas e são considerados fatores de virulência. Bactérias do gênero Leptospira formam biofilmes in vitro e em rins de ratos colonizados. Leptospiras patogênicas são o agente da leptospirose, uma zoonose de ampla distribuição mundial. Acredita-se que o biofilme de leptospiras possa ser um mecanismo de virulência durante a infecção crônica e possivelmente permita uma maior sobrevivência dessas bactérias no ambiente. Os mecanismos moleculares envolvidos na formação do biofilme por leptospiras ainda são pouco conhecidos. O objetivo desse trabalho foi analisar in silico e in vitro os fatores de virulência no biofilme de Leptospira e caracterizar o crescimento de Leptospira biflexa em biofilme. Para isso, utilizamos três estratégias: (i) busca pelos fatores de virulência de Leptospira interrogans e análise in silico desses fatores no transcriptoma já conhecido de Leptospira biflexa; (ii) avaliação da expressão das proteínas Loa22 e LipL32 utilizando Western blot; (iii) caracterização do crescimento de biofilmes de L. biflexa realizando curvas de crescimento; (iv) padronização do teste semiquantitativo de formação de biofilmes em tubos de vidro. Identificamos 15 fatores de virulência de Leptospira interrogans, sendo que destes, KatE, Mce e HtpG participam na formação de biofilme em outras bactérias. Entre os ortólogos encontrados no genoma de L. biflexa, o fator de virulência FlaA2 teve diferença de expressão significativa no transcriptoma de L. biflexa. Encontramos que as lipoproteínas LipL32 e Loa22 são expressas durante o biofilme de Leptospira interrogans. No entanto, notamos que LipL32 foi mais expressa no biofilme, enquanto que Loa22 foi mais expressa em células planctônicas. Na caracterização do crescimento de biofilme de L. biflexa, observamos curvas clássicas de crescimento bacteriano. No teste semiquantitativo de formação de biofilmes em tubos de vidro, após padronização, demonstramos o típico desenvolvimento de biofilme de L. biflexa, contendo as fases de adesão, maturação e destacamento. Esperamos com esse trabalho contribuir para o conhecimento de biofilmes de Leptospira, da biologia e da patogênese de leptospiras. 
  
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Autor: 
PRISCYLA DOS SANTOS RIBEIRO
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