Entender o funcionamento dos organismos fósseis tem sido um dos grandes objetivos da paleontologia moderna. As questões levantadas pelos paleontólogos podem ser respondidas através da análise do registro fossilífero. Devido às condições de preservação dos fósseis uma parte significativa dos estudos foca na morfologia funcional dos táxons. No entanto, a alta complexidade dos organismos vivos dificulta análises que permitam entender o animal em sua totalidade em um único estudo. Isso leva os pesquisadores a elaborarem modelos simplificados. Nesse sentido, o presente trabalho tem o objetivo de propor a reconstrução da musculatura pélvica e apendicular posterior de Guaibasaurus candelariensis, um terópode antigo do Triássico do sul do Brasil, e analisar as possíveis diferenças entre o modelo muscular encontrado e os propostos para os táxons Saturnalia tupiniquim e Staurikosaurus pricei. Foi possível reconstruir com sucesso a maior parte da musculatura associada a pélvis e ao fêmur. No entanto, não foi possível reconstruir o arranjo muscular associado com as extremidades proximais e distais da tíbia e da fíbula devido ao estado de preservação dos fósseis nessas regiões. A reconstrução muscular produzida nesse estudo confirma o modelo geral proposto para Saturnalia tupiniquim e corroborado por Staurikosaurus pricei, reforçando a importância da região sul do Brasil para a paleontologia mundial.
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Autor:
FELIPE DE SENA DIAS URPIA
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