Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn. é um gênero monoespecífico na família Combretaceae R. Brown. Apresenta folhas obovadas ou elípticas dotadas de glândulas de sal, com um pecíolo avermelhado. Esta planta está inserida no ecossistema manguezal, cujo ambiente é considerado como berçário para diferentes organismos, disponibilizando, para estes, proteção, abrigo e alimentação. Além disso, esse ambiente é importante para a população local, pois oferece uma importante fonte de renda. Os manguezais vêm sendo degradados devido a ações antrópicas, e assim afetando a fauna e a flora residente. Com base, nos problemas que os manguezais vem sofrendo com a poluição, e sabendo sobre sua importância para os seres vivos, e assim unido ao conhecimento sobre a sensibilidade da espécie L. racemosa à poluição, o presente trabalho teve o objetivo de caracterizar a anatomia foliar de L. racemosa de três manguezais na Bahia, a fim de investigar alterações anatômicas que podem ser provocadas por diferentes fontes de impactos ambientais. Foram coletadas folhas de três indivíduos de áreas consideradas impactadas, correspondendo aos municípios Lauro de Freitas e Simões Filho; e área considerada preservada, município de Belmonte, sul da Bahia. As análises anatômicas foram realizadas no Laboratório de Anatomia Vegetal e Identificação de Madeiras (LAVIM) do Instituto de Biologia – UFBA. Foi utilizado teste t-student para observar se existe diferença significativa entre os caracteres das diferentes áreas. Foram encontradas diferenças entre os seguintes parâmetros avaliados: quantidade de estômatos e glândulas de sal; espessura da cutícula; espessura dos parênquimas paliçádico e esponjoso, espessura foliar total. Além disso, houve diferença na estrutura da nervura do feixe central da folha e do pecíolo. Esses caracteres podem ser utilizados como bioindicadores de impacto ambiental em L. racemosa, sendo uma boa alternativa para utilização na detectação de grau de impacto.
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Autor:
SARA SANTOS ARAÚJO
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