MODELAGEM DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE RATAZANAS (RRATTUS SPP.) E SARIGUÊS (DIDELPHIS SPP.) EM FAVELAS DE SALVADOR

O crescimento urbano desordenado no Brasil propiciou ambientes para a proliferação de animais sinantrópicos, como ratos e sariguês, que coexistem com populações humanas também em áreas de vulnerabilidade socioeconômica. O presente estudo investigou a distribuição espacial de Rattus spp. (ratos) e Didelphis spp. (sariguês) em favelas de Salvador, Bahia, analisando os fatores ambientais associados à sua ocorrência utilizando modelos estatísticos e geoestatísticos. Foram coletados dados em quatro bairros de Salvador (Alto do Cabrito, Marechal Rondon, Rio Sena e Nova Constituinte), caracterizados por condições socioeconômicas precárias, saneamento básico deficiente e relevo acidentado. Foram utilizados Modelos Lineares Generalizados Mistos (GLMM) e modelos geoestatísticos bayesianos (INLA-SPDE) para analisar a influência de variáveis ambientais na distribuição das espécies. Os resultados indicaram que a ocorrência de ratos tem 3% menos de chances de ocorrer a cada metro de elevação do terreno, além de menos 53% de chances de ocorrer a cada captura de sariguês, enquanto a ocorrência de sariguês tem 50% menos chances de ocorrer quando um rato é capturado em dado ponto e aumenta 2% a cada unidade acréscimo de porcentagem de cobertura vegetal. A distribuição desses animais é influenciada por padrões espaciais, com os modelos INLA-SPDE demonstrando maior capacidade preditiva. Os achados sugerem uma relação desarmônica entre ratos e sariguês, com inibição mútua de suas presenças no espaço. Esses resultados corroboram estudos anteriores e contribuem para o entendimento das dinâmicas ecológicas em áreas urbanas marginalizadas, oferecendo subsídios para estratégias de gestão ambiental e saúde pública mais eficazes.
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BÁRBARA INÊS ARCANJO XAVIER
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