O Zika vírus (ZIKV) tem sido responsável por um dos maiores surtos infecciosos causados por flavivírus enfrentados pelo Brasil e pela sua associação com microcefalia em recém-nascidos. O país tem convivido com muitos desafios na saúde pública nos últimos 02 anos em decorrência da infecção pelo ZIKV. Este vírus foi identificado em 1947 na Floresta de Zika em Uganda e desde então tem se espalhado através dos continentes causando surtos que atingem um número significativamente grande da população. No Brasil, o ZIKV é transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti e em algumas localidades pelo Aedes albopictus. Seu genoma consiste numa fita simples de RNA de cadeia positiva codificando 03 proteínas estruturais e 07 proteínas não estruturais. Seu forte neurotropismo exibido é reconhecido através da gama de complicações neurológicas associadas a esta infecção, tais como Síndrome de Guillain-Barré, microcefalia e outras manifestações neurológicas. Os altos índices de microcefalia no Brasil, após o surto repentino da infecção pelo ZIKV, têm chamado atenção da população e profissionais de saúde. O objetivo desse trabalho foi relatar a epidemia de ZIKV no Brasil abordando seus aspectos epidemiológicos e genéticos, bem como identificar as evidências entre a infecção materna pelo ZIKV e a alta incidência de microcefalia em recém-nascidos. Para isso foi realizado uma revisão da literatura em revistas indexadas utilizando os descritores: zika virus, zika virus and microcephaly e zika virus and microcephaly brazil no qual foram encontrados 1319 artigos publicados para o descritor zika virus, 397 artigos para o descritor zika virus and microcephaly e 179 artigos para o descritor zika virus and microcephaly brazil. As pesquisas demonstram que a linhagem responsável pela epidemia de Zika Vírus no Brasil é de origem Asiática se destacando da linhagem oriunda da África devido ao seu alto poder de propagação. A cepa que chegou ao Brasil através da Copa das Confederações em 2013 apresentou um forte neurotropismo interferindo no desenvolvimento fetal e fornecendo fortes evidências da associação entre a microcefalia e infecção pelo Zika Vírus, o que tem levado a definição da Síndrome Congênita do Zika vírus.
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Autor:
CAMILA CAPINAM PEREIRA DE JESUS
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