A fibrose cística é a doença autossômica recessiva mais comum em populações caucasianas e a sua etiologia está associada a variantes patogênicas no gene CFTR. O teste do suor é considerado o padrão ouro para o diagnóstico dessa enfermidade. Estudos apontam que o genótipo do CFTR e a idade dos indivíduos influenciam as concentrações de cloreto no suor. Desta forma, os objetivos deste estudo foram pesquisar a correlação entre os níveis de cloreto no teste do suor e a idade ao diagnóstico de indivíduos com fibrose cística e comparar as concentrações iônicas do cloreto entre os sexos, diferentes faixas etárias e três grupos diversos de genótipos do CFTR. Realizou-se um estudo de corte transversal, incluindo indivíduos de 0 a 20 anos, com diagnóstico confirmado de fibrose cística. Os indivíduos selecionados foram agrupados de acordo com as variáveis analisadas. Calcularam-se os valores descritivos das concentrações de íons cloreto de cada grupo. Utilizou-se o teste de Spearman para a análise da correlação entre a idade ao diagnóstico e os níveis de cloreto no suor. Sessenta e quatro indivíduos foram incluídos no estudo, sendo 51,6% do sexo masculino. A mediana (Min-Max) da idade ao diagnóstico foi de 7 meses (1-206). Não foi observada uma correlação entre a idade dos indivíduos ao diagnóstico e os níveis de cloreto no suor. As concentrações medianas de cloreto foram maiores nos escolares (106 mEq/l), no sexo feminino (102 mEq/l) e nos heterozigotos F508del/Classe I a III (108 mEq/l); e menores nos adolescentes (100 mEq/l) e nos heterozigotos F508del/Classes IV a VI (77 mEq/l). A variação considerável dos níveis iônicos entre os grupos de diferentes genótipos sugere que o teste do suor é um bom preditor da avaliação funcional do canal CFTR.
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ADSON SANTANA DE JESUS
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