ASSOCIAÇÃO DE VARIANTES NO GENE IL17 COM A RESPOSTA E SEGURANÇA AO TRATAMENTO COM IMUNOBIOLÓGICOS ANTI-TNF EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE

A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações e pode causar destruição irreversível. Medicamentos biológicos (imunobiológicos) modificadores do curso da doença, como os medicamentos anti-TNF, são usados na farmacoterapia de pacientes com AR quando os medicamentos sintéticos falham. O uso desses medicamentos tem se mostrado muito promissor devido à melhora na evolução e no prognóstico da doença. No entanto, 60–70% dos pacientes têm uma resposta boa a moderada ao tratamento, enquanto 30–40% têm resposta nula ou inadequada. Essa falha na terapia imunobiológica tem sido associada a variantes genéticas. A interleucina-17 (IL-17) é uma subclasse de citocinas pró-inflamatórias que está envolvida na patogênese da AR, participando da inflamação e destruição tecidual ao induzir a expressão de citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-1β e IL-6. Polimorfismos no gene da IL17 têm sido associados a respostas à terapia imunobiológica. Na população brasileira ainda não existem estudos que avaliem a resposta a esses medicamentos correlacionando-os com polimorfismos genéticos em IL17. Portanto, este projeto tem como objetivo avaliar a associação das variantes genéticas rs763780 e rs2275913 de IL17 em pacientes com AR regularmente cadastrados no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) em tratamento com imunobiológicos na cidade de Salvador, BA. Os polimorfismos foram genotipados através de RT-qPCR. As concentrações plasmáticas de IL-17 foram medidas por ELISA. Não foram observadas associações significativas entre SNPs e falha no tratamento com imunobiológicos. Entretanto, foi observada uma associação significativa entre o alelo C do SNP rs763780 e proteção contra suspensão do tratamento devido à ocorrência de efeitos adversos no modelo aditivo (OR: 0,12; IC 95%: 0,01-0,91, p=0,039) e dominante modelo (OR: 0,11; IC 95%: 0,01-0,87; p=0,037). Nenhuma das variantes genéticas foi associada com diferenças na concentração plasmática de IL-17. Essas informações podem ser úteis para a caracterização de pacientes em nível molecular para orientar escolhas terapêuticas.
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Autor: 
LÍLIAN DE SÁ GARCIA LANDEIRO
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